Dos primeiros
europeus aportados a S. Paulo, salvos da escuridão do anonimato, a história
registra os nomes de João Ramalho, Antônio Rodrigues e Francisco Chaves,
encontrados, em 1532, por Martim Afonso, e mais 5 castelhanos. Não se firmou a
certeza, e ainda se discute se eram judeus ou de outra etnia, nem se eram
degredados ou grumetes náufragos. Isto, porém, não monta; o que importa é que
eram europeus brancos com muitos filhos aqui nascidos de índias e já crescidos,
e que deles provêm os primeiros lares mamelucos da região sulina, donde saíram
os Lemes, os Prados, os Buenos e Camargos, os Corrêa de Arzam e tantas outras
famílias tradicionais que desbravaram e povoaram Minas.
Logo depois
destes vieram outros europeus – portugueses, espanhóis, italianos e flamengos,
casando-se uns com índias puro sangue, ou provavelmente mestiças de sangue
francês, outros com descendentes dos primeiros mencionados.
E assim, de
entre os muitos cujos nomes não chegaram até nós, foi guardada a memória dos
seguintes:
I) Pedro Dias, c.c. (casado com)
Terebé (Maria da Grãa, 2ª. Filha de Tibiriçá);
II) Domingos Luiz Grou, c.c. Guassú,
filha do cacique da aldeia de Carapicuíba;
III) Braz Gonçalves, c.c. uma filha
do cacique da aldeia de Virapueiras;
IV) Braz Estêves Leme, c.c. uma
índia;
V) Pedro Afonso, c.c. uma índia
tapuia;
VI) Braz Estêves Leme, o moço,
mameluco meio sangue, c.c. uma índia;
VII) Manuel Fernandes Ramos, c.c.
Suzana Dias, mameluca meio sangue;
VIII) Salvador Pires, c.c. Mecia
Assu, mameluca com um quarto de sangue índio;
IX) Bartolomeu Bueno da Ribeira, sevilhano,
c.c. Maria Pires, mameluca de um oitavo de sangue índio e que de seus sete
filhos um foi Amador Bueno, c.c. Bernarda Luiz, mameluca descendente de
Tibiriçá;
X) Diogo Bueno, filho de Amador Bueno,
c.c. Maria de Oliveira Leme, também mameluca descendente de Tibiriçá;
XI) Domingos Luiz, o carvoeiro, c.c.
uma neta de Tibiriçá;
XII) Jusepe de Camargo, sevilhano,
c.c. Leonor Domingues, descendente de Tibiriçá;
XIII) Marcelino de Camargo, filho do
precedente, casado com sua parenta Messia Ferreira Pimentel, descendente de
Tibiriçá e de Piquerobi;
XIV) Os Irmãos Cubas – Braz, Antônio,
Gonçalo e Catarina.
Seria alongar excessivamente,
mencionando todos constantes da GENEALOGIA PAULISTANA, de Silva Leme, que estou
acompanhando aqui.
O morubixaba
Tibiriçá, como é sabido, maioral da aldeia de Inhapuambaçú, chefiando as tribos
de Piratininga, e justamente tido como patriarca dos bandeirantes, deu sua
filha Bertina por esposa de João Ramalho, e depois a Pedro Dias outra filha que
se batizou com o nome de Maria da Grãa.
Outro
morubixaba – Piquerobi – chefe dos Guaianases, que se diz ocupavam o litoral
desde Cananéia até Angra dos Reis, deu por esposa a Antônio Rodrigues uma
filha, que o p. Anchieta batizou com o nome de Antônia Rodrigues, casando-os.
Os filhos
destes primeiros casais entrelaçaram-se em casamentos não só entre si senão
também com europeus que vinham chegando sucessivamente, como, entre muitos
outros, Gaspar Godói, castelhano, Jorge Pires, Gonçalo da Costa, Cosme
Ferreira, Luiz de Góis, Belchior de Azevedo, etc. Apenas decorrido pouco mais
de meio século de vida colonial, vem o castelhano MARTIM FERNANDEZ TENÓRIO DE
AGUILAR, casando-se com Suzana Rodrigues, oriunda dos troncos Ramalho-Antônio
Rodrigues.
TENÓRIO falece
em 1603, deixando 4 filhas: I) Maria Tenório; II) Ana Veiga; III) Suzana
Rodrigues; IV) ELVIRA RODRIGUES.
Antes de
escoado o primeiro século, chega a S. Paulo o flamengo CORNÉLIO ARZAM[33],
que se casa com ELVIRA RODRIGUES, a IV filha do castelhano MARTIM TENÓRIO. Este
casal CORNÉLIO-ELVIRA deixa os seguintes filhos: A) Maria Arzam; B) Manuel
Rodrigues de Arzam; C) Ana Rodrigues de Arzam; D) Cap. Mor BRAZ RODRIGUES DE
ARZAM; E) Cornélio Rodrigues de Arzam; F) Suzana Rodrigues de Arzam.
O Cap. Mor BRAZ
RODRIGUES DE ARZAM, c.c. MARIA EGÍPCIA, filha de Pero Domingues e Maria Mendes
Braz, falece em 1695, deixando os seguintes filhos: I) MARIA RODRIGUES ARZAM;
II) Maria Egípcia Arzam; III) Mariana Arzam.
MARIA RODRIGUES
ARZAM se casou com ANTÔNIO GOMES CORRÊA, filho de Manuel Gomes Corrêa e Ana
Luzia do Passo (irmão de Catarina Gomes Corrêa, c.c. o Cap. Mor Cornélio
Rodrigues Arzam) e desse matrimônio, entre outros filhos, deixou: A) Braz Gomes
Corrêa, c.c. Maria Lima da Silva, em Parnaiba, em 1690, filha de João Machado
Lima e Maria Lima da Silva, pais de Januário Corrêa Lima e Maria Lima da Silva,
esta natural de Itapecerica; B) Antônio Gomes Corrêa, c.c. Ana Nunes da
Silveira; C) MANUEL CORRÊA DE ARZAM, C.C. Maria de Lima, filha de Antônio Lopes
de Lilma e Maria de Lima.
O casal acima –
MANUEL CORRÊA DE ARZAM - MARIA LIMA – entre outros filhos, deixou: I) Salvador
Corrêa de Arzam, c.c. Arcângela Godói, filha de Baltazar Godói de Mendonça e
Francisca Cordeiro; II) Antônio Corrêa de Lima, c.c. Sebastiana Leite de
Miranda, que entre outros filhos, tiveram: Gregório Corrêa Leite, c.c. Andreza
de Freitas; III) GUILHERME DE ARZAM, c.c. ESCOLÁSTICA BORGES, filha de Antônio
Borges de Páscoa Martins.
Deste casal
GUILHERME – ESCOLÁSTICA vêm três filhos: I) Cornélio; II) Estevão; III) JOSÉ
CORRÊA DE ARZAM.
Este JOSÉ
CORRÊA DE ARZAM, conforme consta do testamento de seu filho Manuel Corrêa de
Sousa, feito em Dores do Indaiá e transcrito no § 3º. Do Capítulo X, e também
consoante pesquisa do operoso genealogista Ari Florenzano no cartório do 2º. Ofício
de Lavras, em inventário feito em 1810, se casou em 1759, em Carrancas, com
FRANCISCA DE SOUSA, filha de Carlos Martins de Sousa e Tomázia de Aguiar. O
casal JOSÉ CORRÊA DE ARZAM – FRANCISCA DE SOUSA deixou 13 filhos, entre os
quais MANUEL CORRÊA DE SOUSA, que se casou, em 1780, em Lavras com MARIA
ANDREZA DE JESUS (veja-se o citado tet.º no § 3º.).
Manuel Corrêa
de Sousa e Maria Andreza de Jesus, moradores na fazenda dos Patos, em Dores do
Indaiá, deixaram vivos seis filhos e uma neta: a) João Corrêa de Sousa, c.c.
Maria Rita de Macedo; b) Luiz; c) Tereza; d) Manuel; e) Ana; f) Mariana,
falecida, casada que foi com Tomaz Aquino Rodrigues, deixando uma filha de nome
Rosa; g) ANTÔNIO CORRÊA DE SOUSA, c.c. Ana Luiza de Jesus.
Este casal,
ANTÔNIO CORRÊA – ANA LUIZA – deixou os seguintes filhos: 1) Maria Antônia de
Sousa, c.c. Henrique Brandão de Macedo, pais de Augusto Osório de Macedo Richo;
2) Bárbara Maria de Sousa (Bitó), casada em primeiras núpcias com Jerônimo
Teodoro da Costa, pais de Carlos Teodoro da Costa e Emília Teodoro de Araújo
Franco; 3) Jerônima Maria de Sousa, c.c. Lino de Oliveira Coutinho; 4) Luiz
Corrêa de Sousa, c.c. Maria Teodora de Mendonça, filha de João Joaquim da Cunha
e Maria José Carolina de Moura.
Do casal LUIZ
CORRÊA DE SOUSA – MARIA TEODORA DE MENDONÇA nasceram 8 filhos: 1) Policena
Teodora de Mendonça, c.c. José Americano Brasileiro de Moura, pais de Maria
Raimunda, c.c. Tindaro Corrêa, e José Americano de Moura; 2) Sebastião Corrêa
de Sousa, c.c. Virgínia Corrêa Ribeiro; João Corrêa de Sousa, c.c. Cornélia
Álvares; 4) Carlos da Cunha Corrêa, c.c. Albertina Gontijo da Cunha, filha de
Augusto Alves França e Garibaldina França Gontijo; 5) Maria Vita Mendonça, c.c.
Marinho Mário de Mendonça; 6) Leonor Corrêa, c.c. Epaminondas Ferreira; 7) José
Corrêa de Sousa, formado em Direito, falecido solteiro; 8) Lidoneta Corrêa de
Mendonça, solteira, auxiliar da Diretoria do Grupo Escolar de Dores do Indaiá.
O casal CARLOS
DA CUNHA CORRÊA – ALBERTINA GONTIJO tem os seguintes filhos: 1) Carlosalberto
Corrêa, médico, c.c. Desy da Silva Corrêa, filha do Dr. Lineu Silva e D.
Marieta Marcondes Silva; 2) Delba Corrêa Borges, c.c. o Dr. João Borges de
Morais; 3) Augusto França Corrêa, solteiro; 4) M. Conceição Corrêa Assunção
Ribeiro, c.c. o Dr. Nelson Ribeiro de Oliveira e Silva; 5) Evandro França
Corrêa, contabilista, solteiro; 6) José Nazareno França Corrêa, solteiro,
oficial da Marinha.
[33] -
Merece transcrição o que sobre este escreve Silva Leme: “Esta família que contou entre os bandeirantes e
exploradores do sertão vários vultos preeminentes, teve começo em S. Paulo em
Cornélio Arzam, natural de Flandres, homem estimado e de recursos, que veio à
Capitania de S. Vicente na companhia de D. Francisco de Sousa para edificar os
engenhos das minas da Vila de S. Paulo com 200 cruzados de salário, como consta
do requerimento que fez em 1627 ao Capitão-Mor Álvaro Luiz do Vale, em que
pedia uma sesmaria, que lhe foi concedida, atenta a pobreza em que então se
achava, por terem sido seus bens confiscados em 1620 em conseqüência da pena de
excumunhão contra ele lançada pelos padres da Companhia de Jesus. Este Cornélio
Arzam foi quem construiu a Matriz de S. Paulo em 1610, por autorização da
Câmara da mesma Vila. Casou-se com Elvira Rodrigues, filha do Capitão-Mor
Martim Fernandez Tenório de Aguilar, pessoa nobre e da Governança da Terra.
Faleceu em 1638”.
Cornélio é avô de Antônio
Rodrigues Arzam, filho do Cap. Manuel Rodrigues de Arzam e Mariana de Carmargo.
“O Capitão Antônio Rodrigues Arzam, diz o mesmo Silva Leme, foi um destemido
bandeirante e o primeiro que descobriu ouro em Minas Gerais”. Faleceu em 1696,
entregando o segredo de seu roteiro ao seu concunhado Bartolomeu Bueno de
Siqueira, c.c. Maria de Camargo, irmã de Mariana, ambas filhas do Cap. Fernando de Camargo Ortiz, este
por sua vez filho do castelhano Jusepe Camargo, que foi casado com Leonor
Domingues, filha do Carvoeiro. Antônio R.
Arzam atingiu o Rio Casca em 1692, e em vista do seu roteiro é que Bartolomeu
Bueno de Siqueira veio para Minas em 1694, e em 1696 descobriu o rio que se
ficou chamando Pitangui, e onde mais tarde se estabeleceu Bartolomeu Bueno da
Silva (o Anhanguera). Dois sobrinhos de Antônio R. Arzam – Manuel Corrêa de
Arzam e Antônio Corrêa de Arzam, bisneto de Cornélio – como logo se verá,
fizeram parte da expedição do coronel Antônio Soares Ferreira, enviado por
Artur de Sá para penetrar no Sertão das Esmeraldas. Descobriram e exploraram: o
ribeiro aurífero S. Antônio do Bom Retiro. Prosseguindo daqui com Lourenço
Carlos e Baltazar Leme de Morais Navarro, os dois Corrêa Arzam, lançaram os
fundamentos do arraial do Serro. O coronel Manuel Corrêa de Arzam, depois de forte
divergência com Gerardo Domingues, em 1711, a propósito da posse do Rio de
Peixe, foi nomeado Regente do distrito do Serro, no mesmo ano, pelo Governador
Antônio de Albuquerque.
Muito se entrelaçaram os
descendentes de Cornélio e Elvira, colaterais com colaterais. O seu 6º. Filho
Capitão-Mor Cornélio Rodrigues de Arzam, c.c. Catarina Gomes Corrêa, filha de
Manuel Gomes Corrêa e Ana Luiza do Passo, teve os filhos: I) Manuel Corrêa de
Arzam; II) Ana Luiza de Arzam, c.c. Vasco da Mota; III) Ana Rodrigues de Arzam,
c.c. Pedro Rendom, filho do castelhano D. Pedro Rendom; IV)Maria Corrêa de
Arzam, c.c. Manuel Ortiz de Camargo; V) Catarina Gomes Corrêa, c.c. João
Peçanha Falcão; VI) Padre Pedro de Arzam.
A terceira filha de Cornélio
e Elvira, de nome Ana Rodrigues de Arzam, c.c. Belchior de Borba Gato, teve os
filhos: I) Belchior de Borba Gato, c.c. Maria Pedro Cavalheiro, pais de Antônio
de Borba Gato, Josefa Borba Gato, Ana de Borba Gato, c.c. Francisco Martins
Prado. Gaspar Afonso, c.c. Madalena
Afonso, filha de Pedro Afonso e da índia tapuia, foram os pais de Maria Afonso,
c.c. o castelhano Alonso Peres Calhamares que, entre outros filhos, tiveram a
de nome também Maria Afonso, c.c. Manuel Rodrigues de Arzam, este filho do
casal Cornélio-Elvira.
Descendo através dos Teodoro Costa por parte da minha avó e tenho interesse profundo em história por isto fiquei satisfeito em ter ligação e parentesco com o Grande Arzam ,desculpe pelo erro anterior ás vezes faço confusão com grafia mais antiga.
ResponderExcluir